Imagine acordar em um lugar novo, sem compromissos pré-definidos, sem ter que negociar horários ou roteiros com ninguém — só você, suas escolhas e o mundo à sua espera. Viajar sozinho pela primeira vez pode parecer assustador, mas é uma das experiências mais transformadoras que você pode viver. Longe de ser um ato de solidão, é um convite à liberdade, ao autoconhecimento e à descoberta — tanto do mundo quanto de si mesmo.
Nos últimos anos, o número de viajantes solos cresceu significativamente. Segundo dados da Booking.com (2023), mais de 40% dos viajantes brasileiros já consideraram ou realizaram uma viagem solo, impulsionados pela busca por independência, novas experiências e até mesmo por necessidades práticas, como trabalho remoto ou estudos no exterior. Mas, claro, planejamento é essencial para que essa aventura seja marcada por boas memórias — e não por imprevistos estressantes.
Neste artigo, vamos te guiar passo a passo para planejar sua primeira viagem solo com segurança, inteligência e muita diversão. Abordaremos desde a escolha do destino até dicas práticas de segurança, passando por como lidar com a solidão, gerenciar seu orçamento e aproveitar ao máximo cada momento. Se você está pensando em dar esse salto, continue lendo — porque a jornada começa aqui.
Escolha do destino: comece com o que te deixa confortável
A primeira decisão — e talvez a mais importante — é escolher o destino certo para sua primeira viagem solo. Não se trata apenas de onde você quer ir, mas de onde você pode ir com tranquilidade. Isso não significa abrir mão dos sonhos, mas sim equilibrar desejo e realidade.
Se é sua primeira vez viajando sozinho, opte por lugares com boa infraestrutura turística, segurança comprovada e facilidade de comunicação. Cidades como Lisboa, Buenos Aires, Florianópolis ou até mesmo destinos nacionais como Paraty ou Gramado são ótimas opções para iniciantes. Elas oferecem transporte eficiente, sinalização clara, população acolhedora e uma boa rede de hostels ou hotéis seguros.
Além disso, considere fatores como fuso horário, idioma local e custo de vida. Viajar para um país onde você não fala a língua pode ser empolgante, mas também desafiador — especialmente se algo der errado. Começar com um destino onde o português é falado (ou onde o inglês é amplamente compreendido) pode aliviar bastante a ansiedade inicial.
Dica prática: Use ferramentas como o Google Trends, fóruns de viagem (como o Reddit ou o Viajante Solo no Facebook) e relatos de outros viajantes para entender como é a experiência real em cada lugar.
Lembre-se: não existe destino “perfeito”, mas existe o destino ideal para você neste momento. E isso é mais do que suficiente.
Planejamento financeiro: viaje com tranquilidade e sem surpresas

Uma das maiores preocupações de quem viaja sozinho é o controle financeiro. Sem um companheiro para dividir despesas ou dar uma “mãozinha” em emergências, é essencial ter um orçamento bem definido.
Comece calculando três categorias principais:
- Custos fixos (passagens, hospedagem, seguro viagem);
- Custos variáveis (alimentação, transporte local, atrações);
- Fundo de emergência (10-15% do total, para imprevistos).
Use aplicativos como o Trail Wallet, Trabee Pocket ou até mesmo uma planilha simples no Google Sheets para acompanhar seus gastos diários. Isso evita que você gaste demais nos primeiros dias e fique sem recursos no final da viagem.
Outra dica valiosa: pesquise formas de economizar sem abrir mão da experiência. Por exemplo, opte por hostels com quartos privativos se quiser privacidade com segurança; use transporte público em vez de táxis; e experimente mercados locais em vez de restaurantes turísticos. Em muitos lugares, comer como os moradores é mais barato — e mais autêntico.
Seguro viagem é obrigatório? Não sempre, mas é altamente recomendado — especialmente em viagens internacionais. Ele cobre desde problemas de saúde até extravio de bagagem, e pode custar menos de R$ 10 por dia.
Planejar suas finanças com antecedência não é só sobre economizar: é sobre ter liberdade para aproveitar sem culpa ou estresse.
Segurança pessoal: confiança sem ingenuidade
Viajar sozinho exige um equilíbrio delicado entre abertura ao novo e senso de autopreservação. A boa notícia? A maioria dos destinos é segura para viajantes solos — desde que você tome algumas precauções básicas.
Primeiro, informe alguém de confiança sobre seu itinerário. Compartilhe seu roteiro, dados da hospedagem e horários previstos de deslocamento. Aplicativos como o Google Maps (com localização compartilhada) ou o WhatsApp (com atualizações regulares) são ótimos aliados.
Evite exibir objetos de valor em locais públicos — isso inclui celular caro, relógios e até mesmo mochilas muito chamativas. Mantenha cópias digitais de documentos importantes (RG, passaporte, cartão de vacina) em um e-mail ou nuvem segura. E, sempre que possível, evite andar à noite em áreas isoladas, mesmo em cidades consideradas seguras.
Um erro comum entre iniciantes é confundir amabilidade com intimidade. Conversar com locais é uma das melhores partes da viagem, mas mantenha limites saudáveis. Não revele detalhes como “estou sozinho há três dias” ou “não conheço ninguém aqui” para estranhos — isso pode torná-lo um alvo fácil.
História real: Ana, de 28 anos, contou que, em sua primeira viagem solo a Lisboa, foi convidada por um grupo de “turistas simpáticos” para um bar. Felizmente, ela recusou educadamente — e descobriu depois, por relatos online, que era um golpe comum na região.
Segurança não é paranoia: é respeito por si mesmo.
Lidando com a solidão (e transformando-a em vantagem)

É normal sentir um aperto no peito ao jantar sozinho ou caminhar por uma praça sem ninguém para dividir o momento. Mas aqui está o segredo: a solidão em viagens não é o mesmo que estar sozinho. Na verdade, pode ser uma oportunidade rara de conexão consigo mesmo.
Muitos viajantes solos relatam que os momentos mais profundos de suas viagens aconteceram justamente quando estavam sozinhos — observando um pôr do sol, lendo em um café ou simplesmente caminhando sem destino. Sem distrações, você percebe mais: os cheiros, os sons, as emoções.
Se a solidão pesar, há várias formas de se conectar com outras pessoas sem depender de um companheiro de viagem:
- Fique em hostels com áreas comuns (muitos organizam tours e jantares coletivos);
- Participe de atividades em grupo, como aulas de culinária, caminhadas guiadas ou festivais locais;
- Use apps como Meetup, Couchsurfing (para eventos, não hospedagem) ou até o Bumble BFF para conhecer viajantes ou moradores.
Analogia útil: Viajar sozinho é como meditar em movimento. Você não está faltando com algo — está criando espaço para algo novo entrar.
Com o tempo, você descobre que estar sozinho não é um problema — é uma escolha poderosa.
Organização prática: do checklist à flexibilidade
Mesmo que você seja do tipo “vou na vibe”, um mínimo de organização faz toda a diferença em uma viagem solo. Isso não significa planejar cada minuto, mas sim ter uma estrutura que te dê liberdade com segurança.
Antes de embarcar, monte um checklist básico:
- Documentos (passaporte, visto, identidade, cartão de vacina);
- Cópias digitais e físicas dos documentos;
- Cartão de crédito internacional e dinheiro em espécie;
- Carregador portátil e adaptador de tomada;
- Itens de higiene e primeiros socorros;
- Aplicativos essenciais baixados (mapas offline, tradutor, transporte local).
Durante a viagem, mantenha uma rotina leve. Acordar cedo, por exemplo, não só evita multidões em pontos turísticos, mas também te dá mais energia para explorar. E reserve pelo menos um dia “sem plano” — para descansar, escrever no diário ou simplesmente se perder (com GPS, claro!).
Dica de ouro: Baixe mapas offline do Google Maps antes de sair do Wi-Fi. Isso salva vidas — e baterias — em cidades desconhecidas.
Lembre-se: planejamento não mata a espontaneidade; ele a protege.
Conclusão: sua jornada começa com um passo
Viajar sozinho pela primeira vez é mais do que uma mudança de cenário — é um ato de coragem, curiosidade e amor-próprio. Ao longo deste artigo, vimos que o segredo está em equilibrar preparo e abertura: escolher um destino que te acolha, planejar seu orçamento com carinho, priorizar sua segurança sem se fechar ao mundo, e transformar a solidão em companhia consigo mesmo.
Essa experiência vai te ensinar coisas que nenhum guia de viagem pode: confiança nas suas decisões, resiliência diante do imprevisto e a alegria de descobrir que você é suficiente — exatamente como é.
Então, se você está hesitando, pare um momento e pergunte-se: o que estou esperando? Talvez a resposta esteja em um voo com seu nome, em um hostel com uma cama vazia ou em um pôr do sol que só você vai ver — mas nunca esquecer.
Pronto para embarcar? Compartilhe nos comentários qual será seu primeiro destino solo — ou conte sua experiência se já deu esse passo! Sua história pode inspirar alguém a fazer o mesmo. E se este artigo te ajudou, não deixe de compartilhá-lo com aquela pessoa que sempre sonhou em viajar… mas ainda não teve coragem de ir sozinha.
Afinal, o mundo não espera — e você merece conhecê-lo, do seu jeito. 🌍✈️

Fernando Oliveira é um entusiasta por viagens e gastronomia, explorando novos destinos e restaurantes em busca de experiências únicas. Apaixonado por liberdade financeira e alto desempenho, ele alia disciplina e curiosidade para viver de forma plena, cultivando hábitos que impulsionam seu crescimento pessoal e profissional enquanto desfruta do melhor que o mundo tem a oferecer.






